Vou por aqui excertos de um texto escrito por Edite Estrela e que apresenta todas as razões pela qual eu vou votar SIM:
"Eu voto sim, pelo direito das crianças a serem desejadas e amadas. Já há demasiadas
crianças maltratadas, violadas e abandonadas. É nossa obrigação proporcionar às
crianças a felicidade possível. A actual lei diz que uma mulher não tem capacidade
para decidir se deve ou não interromper uma gravidez indesejada, mas diz que essa
mesma mulher tem capacidade para criar, educar e amar uma criança que não
deseja! Onde está a coerência?! Ser mãe e ser pai é demasiado importante para
resultar de um percalço. A maternidade e a paternidade devem resultar de uma
opção consciente e responsável do casal. A perspectiva de um filho deve ser
encarada com alegria e não com angústia. As crianças merecem ser desejadas. É
também o direito das crianças à felicidade que está em causa no próximo referendo.
Eu voto sim porque valorizo a vida, a vida real, com as suas misérias e grandezas,
com as suas alegrias e tristezas. Sou pela vida não como ideia abstracta, mas pela
vida em concreto. A actual lei não protege a vida. Pelo contrário. É responsável por
muitas mortes e mulheres incapacitadas. A actual lei não evita nem reduz o aborto.
Está provado que a despenalização da IVG leva à redução do aborto. É o que
acontece nos países europeus. Só há uma excepção, Espanha, provavelmente porque
as portuguesas contribuem para inverter a tendência. Uma clínica de Badajoz
revelou que, em 2005, houve 4000 portuguesas que lá foram abortar! Respeito os
que por razões filosóficas ou religiosas são contra a IVG. Mas não é isso que está
em causa no referendo. O que está em causa é que cada um possa decidir segundo a
sua consciência. Ninguém é obrigado a recorrer à IVG, mas também ninguém pode
ser impedido de pôr termo, em condições de segurança, a uma gravidez que não
deseja. Não está em causa ser a favor ou contra o aborto. Ninguém é a favor do
aborto. Não está em causa ser a favor ou contra a vida. Somos todos a favor da vida.
Mas a actual lei já permite, por ex., a IVG até às 16 semanas em caso de violação.
Parece-me óbvio que há mais vida às 16 que às 10 semanas, por mais que custe a
alguns analistas deste fimdesemana.
Aliás, se o argumento incomodou os
defensores do não é porque é um bom argumento. Não está em causa saber se há ou
não vida às 10 semanas. O que está em causa é a alteração dos artigos 140º, 141º e
142º do Código Penal. É isso que os portugueses vão decidir. É uma decisão que se
situa no plano do direito penal e não no plano da moral. É também isto que está em
causa no referendo do dia 11 de Fevereiro.
Eu voto sim pelos direitos das adolescentes a terem um projecto de vida. Um Estado
democrático não pode obrigar crianças a terem crianças. Ninguém quer que as
adolescentes engravidem, mas elas engravidam. Pergunto, olhos nos olhos aos pais e
mães do meu país, é justo obrigar uma adolescente de 15 ou 16 anos a ser mãe?
Não?! Então, deve ser obrigada a recorrer ao aborto clandestino? Não?! Então,
mudese
a lei. E para mudar a lei é preciso ir votar e votar sim. PT é um dos países
com maior número de mães adolescentes, o que significa que também deve ser um
dos países com maior incidência de aborto em adolescentes. Recordo o caso de uma
miúda de 17 anos, que nunca fora ao médico, residente num bairro degradado,
tentou abortar sozinha com comprimidos comprados no mercado negro e foi parar
ao hospital a esvair-se
em sangue. Depois foi julgada e absolvida por falta de
provas. Passouse
em 2004. É também isto que está em causa no referendo do dia 11
de Fevereiro."
Estas são algumas razões. Peço a quem esteja na duvida ou quem vá votar não que leia o texto completo e se pergunte se não há alguma razão no que defendemos!
http://www.ps.pt/cms/ficheiros/ficheiros/IMG45b73df370500.pdf
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2 comments:
edite estrela ..tété..francamente!
Vota como achares melhor.
O assunto esgotou-se e não me parece que alguém tenha convencido alguém.BJS
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